A equipe de análise do Goldman Sachs avalia a dinâmica do mercado imobiliário na China em relatório divulgado na última segunda-feira (11).
Para o banco, o momentum atual é de “um ponto de inflexão da espiral descendente vista no mercado imobiliário”.
Estímulos e estoques
O governo chinês deverá lançar estímulos de aproximadamente US$ 1 trilhão nos próximos anos para propulsar o setor, de acordo com a equipe liderada por Yi Wang.
A instituição ressalta que existem cerca de ¥ 93 trilhões (US$ 13 trilhões) em estoque imobiliário na segunda maior economia do mundo.
Como comparação, estimativas apontam para a venda de ¥ 9 trilhões em propriedades neste ano.

Preços em foco
Sem a contribuição estatal, projeções do Goldman Sachs apontam para o risco de queda de 20% a 25% no valor das propriedades.
Caso a expectativa se materialize, significará metade do valor na comparação com o pico observado nos preços dos imóveis.
Em contrapartida, o banco acredita que os preços podem estabilizar no final de 2025. “A implementação do plano do governo de desestocagem de imóveis proverá melhor visibilidade para a estabilização do mercado imobiliário nos próximos anos”, avalia Yi Wang.
De olho na confiança
O banco norte-americano aponta que é crucial identificar sinais de recuperação no preço médio das propriedades nas maiores e mais prósperas cidades chinesas, locais em que a demanda pode encontrar suporte estatal primeiro.
Uma recuperação nestes locais poderá “ajudar a propulsar a confiança entre os participantes do mercado para uma recuperação mais ampla a frente”, projeta a especialista.
Sem garantia
Em contrapartida, o Goldman Sachs demonstra cautela de que não há garantia de que tais esforços se tornarão bem-sucedidos.
Como exemplo, a equipe de análise enxerga similaridades entre a China e o Japão: entre 1992 e 1993, o mercado imobiliário de Tóquio não apresentou recuperação nos preços das propriedades, diante da combinação de mudanças demográficas, dificuldades no cenário macroeconômico e expectativas deflacionárias.